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Uma agenda do G20 para o crescimento econômico e capacidade de resiliência financeira em 2014
28/08/2014A Austrália assumiu a presidência do G20 num momento em que a economia global ainda está se recuperando da crise, e apesar dos recentes sinais de melhora econômica, o desafio do crescimento continua. O comércio mundial deverá crescer apenas 4,7 por cento este ano em comparação com uma média de 6 por cento ao ano nas três décadas anteriores à crise financeira global, enquanto a oferta de emprego global está com 62 milhões de postos de trabalho a menos do que teria tido se as tendências pré-crise na produção tivessem continuado.
Muitos países confiaram em políticas fiscais e monetárias para sustentar suas economias, no rescaldo da crise financeira global, de modo que coordenar as políticas para agora maximizar o crescimento econômico e minimizar quaisquer efeitos indesejados é um foco central para o G20 em 2014. São necessárias novas abordagens para garantir que o crescimento se mantenha nos próximos anos - a única maneira de reforçar o comércio e a confiança do consumidor, criar oportunidades de emprego e tirar as pessoas da pobreza.
Para conseguir isso, os governos devem encontrar formas de ajudar a atividade econômica do setor privado, porque somente a iniciativa privada pode oferecer o crescimento necessário em investimento, comércio e criação de emprego.
Estratégias para estimular o crescimento
Na Cúpula de Líderes do G20 em São Petersburgo, em setembro de 2013, os líderes se comprometeram a desenvolver estratégias de crescimento abrangentes para a Cúpula de Líderes em Brisbane em 2014.
Estas estratégias incluirão ações para aumentar o investimento, alavancar o emprego e a participação, melhorar o comércio e promover a concorrência. Para dar foco às estratégias, os Ministros das Finanças e dirigentes dos Bancos Centrais se comprometeram, em fevereiro de 2014, em Sydney, a uma meta de aumentar o nível de produção econômica do G20 em pelo menos 2 por cento acima das projeções existentes no curso dos próximos cinco anos. Uma meta como essa é única na história do G20.
Para cumprir esse ambicioso objetivo, esse compromisso coletivo precisa ser traduzido em ações específicas por cada país.
Aumentar a qualidade do investimento em infraestrutura irá criar empregos, estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento e ajudar os governos a garantir que seu povo tenha acesso aos serviços de infraestrutura de que necessitam. O G20 está focado em encontrar maneiras de aumentar a participação do setor privado no desenvolvimento de infraestrutura.
Reduzir as barreiras ao comércio é reconhecer que os bens e serviços não são mais simplesmente produzidos em um país e depois vendidos em outro lugar, e sim que frequentemente cruzam fronteiras nacionais em diversas ocasiões à medida que estão sendo criados. As medidas internas para reduzir o custo de se fazer negócios e aumentar a capacidade do país de participar nestes tipos de cadeias de valor globais podem facilitar o aumento do comércio.
As reformas para promover a concorrência ajudam as economias a tornarem-se mais produtivas e inovadoras e podem aproximar os preços aos custos de produção, beneficiando os consumidores e incentivando o empresariado a se tornar mais eficiente.
Criar mais oportunidades de emprego, especialmente para os jovens e os desempregados há muito tempo é uma prioridade para os membros do G20. Mais e melhores empregos significa maior produtividade, melhorando os meios de vida e aumentando o crescimento econômico. Em 2014, há um esforço concentrado para elevar a participação feminina na força de trabalho.
Reforçar o desenvolvimento é uma parte importante de se alcançar um crescimento forte, sustentável e equilibrado e assegurar uma economia mais robusta e resistente para todos. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento contribuem com mais de dois terços do crescimento global.
Construindo a resiliência econômica global
O G20 tem um papel significativo em garantir que as políticas econômicas nacionais e internacionais trabalhem juntas para proteger a economia global contra choques futuros. Restaurar a confiança empresarial e de investidores requer abordar os problemas que causaram a crise financeira global e assegurar a estabilidade financeira dos mercados.
Desde 2008, o G20 tem trabalhado para gerenciar os riscos econômicos e financeiros globais. A implementação desses compromissos irá complementar a agenda de crescimento do G20 para garantir um crescimento forte e sustentável no longo prazo.
Em 2014, os membros do G20 estão construindo a resiliência da economia global:
- cumprindo dos compromissos de regulação financeira do G20 na construção de instituições financeiras resistentes, garantindo que instituições “grandes demais para falharem” (“too big to fail”) não precisarão de apoio financeiro do governo, abordando os riscos dos sistemas bancários paralelos (sombras) e tornando os mercados de derivativos mais seguros
- modernizando o sistema tributário internacional para que se mantenha atualizado nas maneiras mutáveis com que as pessoas e as empresas fazem negócios
- reformando as instituições globais para garantir que as economias emergentes tenham mais voz e mantendo as instituições relevantes
- fortalecendo a resistência do mercado de energia, tornando os mercados globais de energia mais eficientes e transparentes
- identificando como o G20 pode ajudar a reforçar o sistema de comércio global, que inclui a Organização Mundial do Comércio e mais de 400 acordos de livre comércio e de setores específicos
- combatendo a corrupção para conter seu impacto corrosivo.
Oficiais do G20 estão se encontrando regularmente para dar andamento ao trabalho em diversas áreas da política, em preparação para a Cúpula de Líderes em Brisbane, em novembro.
Fonte: Site G20